segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Eu vou correndo buscar a glória

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Desculpe, babe.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2005

ia


Eu ia escrever um texto sobre cocadas, mas desisti. Eu ia escrever um texto sobre como ninguém sabe fazer coletâneas, sendo sempre melhores as coletâneas feitas ao acaso, como as da Revista Caras na coleção "Música do Século", mas desisti. Ia escrever um texto sobre como ninguém se conhece de verdade, e que quando diz conhecer, mente, mas desisti. Eu ia escrever um texto sobre como é eficiente e necessário fazer algumas coisas pelo avesso para alcançar a meta visada, assim como para matar um pernilongo é bom deixá-lo pousar no braço, mas desisti. Quase escrevi sobre gnomos, pois nunca escrevi sobre gnomos, mas então eu desisti. Ia escrever um conto sobre um menino que rouba um balão de um baloeiro e vai parar em uma fazenda de chá no Vale do Ribeira, mas eu desisti. Eu ia tomar um danone agora, mas desisti. Eu ia ser jornalista, mas desisti. Eu ia reclamar alguns direitos, com o dedo em riste, jogando os ombros pra trás, levantando o queixo, mas não é que eu desisti? Ia pra Maracangaia, desisti. Com chapéu de palha seria uma opção caso eu não desistisse, mas já disse, desisti. Ia continuar este texto discorrendo sobre coisas das quais eu desisti, mas eu desisto, vou parar de escrever. Eu ia: desisti de desistir.

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sábado, 10 de setembro de 2005

Panquecas


Como o ser humano suporta tanto passado? Que cheiro sai de alguém que mistura sucrilhos com xintoísmo, ao som de música celta, calçando um Kildare? A humanidade é uma altíssima pilha de panquecas sustentada por gametas.

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domingo, 4 de setembro de 2005

Fiu, o silvo sublime


Foi na infância, ou talvez até dentro da barriga de minha mãe que, pela primeira vez, ouvi o som de um assobio. Uma criança aprende a assobiar sem saber o porquê, achando que é um ato natural, quiçá uma das boas maneiras fundamentais, como não arrotar na frente da vizinha depois de comer pão com geléia de amora, por exemplo. Nem chega, destarte, a assobiar uma melodia. Mas vai entendendo com seus miolos em formação que o assobio serve pra cantar músicas, inclusive pra chamar pessoas. Frustra-se então ao ver que nem sempre o assobio vai ser tão alto, sendo ESSA uma das maiores frustrações de minha vida: não sei fazer o assobio que dispensa o biquinho, aquele que se faz com um dobramento moderno (tive uma vontade inexorável de escrever esse "moderno") da língua. É um assobio deveras lindo, impõe respeito, eu utilizaria sempre em meus jogos esporádicos de futebol, não precisaria gritar.
Mas poucos são os que tem condicões de fazê-lo e os que as tem também tem uma ótima razão para a felicidade e plenitude. O fato triste é que este assobio de ouro é condicinado pelo modo como a língua está posicionada na boca, de como Deus quer que a língua se apresente nessa ou naquela boca. Se a língua é muito grande, dificilmente o ar encontrará meios de se infiltrar por entre as estreitos espacinhos banhados a ptialina do sistema bucal, impedindo assim uma provável corrente e circulação de ar. Não há túneis, tubulações, logo, não há assobio. Portanto quem tem língua grande não sabe assobiar do jeito bonito: só do jeito universal, com biquinho. E os que bem me conhecem, bem sabem que este é o meu caso.
P.S.-Assobiar para uma mulher não é e nunca será, de acordo com minha ótica moral, um ato vulgar e condenável, a não ser que este preceda uma mordida nos beiços ou passada de língua de 180º no lábio superior. Aposto que o assobio já era utilizado desde o Império Romano, ou até antes, com este mesmo intuito: o de elogiar, contemplar. E também aposto que as mulheres gostam desde aquela época. Sou muito mais um belo assobio do que uma cantada verbal.
P.S II-Músicas com assobio são a coisa mais linda, excetuando-se qualquer uma de Axl Rose. Fico com todas do italiano Ennio Morricone, em suas trilhas para faroestes ao molho-de-tomate, com destaque para o assobio ouvido na parte inicial da música "L'arena", tocada em Kill Bill 2 (não aquela ridícula, que depois ainda foi remixada). Aliás, é uma das músicas mais maravilhosas de todas as que existem.

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quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Devaneios


Ando os tendo ultimamente. Acho que é por causa de uma amigdalite, cuja presença não se notava na região da minha garganta desde abril ou maio, não sei. Já estava até com saudades dela. Talvez seja também pela influência negativa do mês de agosto, um mês em que tudo dá errado, aviões caem, pessoas e vacas saem voando com o ar em movimento, o Corinthians começa a empatar sem parar, as cordas do violão estouram, a ponta do lápis quebra, a tampa do apontador sai junto com o lápis na hora de apontar e espalha toda a madeira moída na escrivaninha, o ônibus demora mais pra passar, os táxis não aparecem no horizonte, enfim. Quando tinha 8 anos e comprei uma bola nova, da Penalty Brasil, dois dias foram o tempo suficiente para que meu amigo a penasse na vizinha. Era uma bola linda, envernizada, e a vizinha era uma mulher feia, que não devolvia as bolas nunca. Qual mês era? Agosto. Nunca mais vi a bola.
Mas já estamos em setembro e hoje, dia 1º, é o aniversário de 95 anos do time mais intenso do mundo, regado de torcedores dotados de uma paixão quase promíscua pelo clube. Dia 9 é aniversário de Schummy, o Breve.

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