quarta-feira, 26 de abril de 2006

Gemima

Eu fui a um bar semana retrasada e conheci uma moça chamada Gemima. Ela tinha cabelos cacheados, era baixinha, tinha olhos cor pastel de carne e um charminho que toda Gemima tem.

Mas foi uma situação muito curiosa quando ela falou seu nome pra mim. Eu fiz uma cara pavorosa quando ela disse aquele nome. Eu disse: “Geninha?” e ela, “não, Gemima!”, e eu, “Germina?”... ela chegou bem perto de mim com uma mandioquinha frita na mão e repetiu: “Não querido, GE-MI-MA”. Especulei então uma possível junção de nomes de seus pais, talvez um pai Genival e uma mãe Mima, mas não. Era Gemima porque era Gemima mesmo. Eu fiquei tão inconformado que peguei uma mandioquinha da porção dela, fato absurdo, já que odeio mandioca (odeio devido à textura). Foi uma conversa agradável, ela também atacou o meu nome dizendo que meio mundo se chama Rodrigo, argumento do qual não pude discordar. Disse então que entre Rodrigo e Gemimo escolheria o nome do meio mundo. Aí critiquei o fato de ela pedir mandioca frita, com tantas outras opções melhores no cardápio.

Acabou o assunto, mas não as mandioquinhas. Contudo, eu não me interessava mais pelas mandioquinhas, tampouco por Gemima. Isso porque ao meu lado meus amigos me chamaram pra conversar com duas meninas, pois eu talvez as conhecesse. E de fato conhecia, uma delas era da minha van na 6ª série, a outra não me era estranha. A conversa com Aline (a da van) se tornou mais interessante que a conversa de Gemima. Mas não foi só a conversa: Aline e sua amiga estavam comendo apetitosas bolinhas de queijo, das quais já estavam satisfeitas. Salivando, não hesitei em comer o que sobrou: mais de uma dezena de bolinhas de queijo, secas, diga-se de passagem, mas infinitamente superiores às mandioquinhas fritas

Levei uma bolinha de queijo para Gemima, aliás, levei duas, uma pra ela e outra pra amiga risonha dela. Deixei as bolinhas na travessa e disse “olha como elas são melhores que as mandioquinhas”. Voltei pra Aline.

E enquanto eu conversava com a menina da van, Gemima ficava lá, fazendo a digestão da bolinha de queijo e me fitando enquanto as enzimas trabalhavam, deu pra perceber. Ficava olhando assim, meio de lado.

Na hora de ir embora, passei na mesa de Gemima pra dar tchau. Ela pegou no meu braço e me repreendeu: “Você precisa aprender a respeitar as diferenças das pessoas”, disparou.

Isso é a prova cabal de como SEMPRE sou mal interpretado.

Não vou dizer o que respondi pra ela.

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domingo, 23 de abril de 2006


Agora tenho um relógio com ponteiros. É a primeira vez que tenho um relógio de ponteiros. Quando alguém me pergunta a hora, demoro uns segundos pra responder. Quando apóio a cabeça na mão, escuto a barulho do ponteiro dos segundos. Assim sendo, concluí que ter um relógio de ponteiros é uma bosta.

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quinta-feira, 6 de abril de 2006


O trabalho enobrece o homem?

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