quarta-feira, 27 de maio de 2009

Just like the nose

Tem uma coisa que acaba com o meu dia: quando um filho da puta para seu carro em uma vaga de estacionamento QUE NEM O NARIZ. Ele vai e deixa um pedação da sua barca (geralmente Vectra, Fusion, todos brilhosos) na vaga que vou parar, ocupando portanto duas vagas. Quando vejo uma infelicidade dessa já começo a xingar e me recuso a parar de xingar por 20 minutos ininterruptos, tenho vontade de chutar o carro dele, desferir golpes de adaga no pára-brisa do filho da puta, furar os pneus, riscar sua porta, arrancar a placa. Mas logo tudo passa assim que acho outra vaga, depois tomo uma água e fico calmo. Sou um sujeito sereno tentando me livrar dessas vicissitudes provocadas por imbecis. São esses mesmos beócios que falam alto no cinema, outra coisa que me dá úlceras bolhosas instantâneas de tanto nervoso.

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domingo, 10 de maio de 2009

Meus planos de comprar um ukulele e fazer sucesso com o mesmo têm sido contaminados por uma idéia que vai além da minha capacidade, porém não além de minha vontade: quero criar um novo instrumento. A princípio posso dizer que o instrumento contará com uma colher de sobremesa. E por enquanto isso é tudo que posso contar sobre meu novo instrumento, que deve ter um nome curto e provocador, fazendo jus ao seu som dilacerador e fustigador.

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Crocante

Os anos que vivemos não são mais os anos pra se viver. São todos eles pedaços de bombom da Garoto com uma crosta suave de papel higiênico Neve. Têm cheiro de desodorante Axe Instinct e textura de papel Canson. São daqueles anos que nós embrulhamos e jogamos num lixo de recicláveis, sem a dor do ano ampulhetado, com o aroma de chorume vivido. São bosteados, com pontas de boleto bancário e torrone diet, com lágrimas vitorianas encalacradas em borbulhas de amor do Fágner.

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