segunda-feira, 6 de março de 2006

Gona


Gonadotrófico era um homem repleto de vontade de viver. Não importava se ele não achava a carteira antes de sair de casa, ou se demorasse cerca de meia hora pra isso. Não importava também se, depois disso, ele não achasse seu celular e tivesse que ligar de sua casa pro celular, e notasse que seu celular estava desligado, fazendo com que ele deixasse pra procurar o celular depois. Afinal, o celular é uma invenção recente e antes disso a vida fluía normalmente, apesar dos torpedos de verdade, na 2ª Guerra. Gona podia sair sem o celular, pois Gona queria mesmo era viver. Viver essa vida lindona que tem aí, desse jeitão pimposo que todo mundo fala. Mas aí Gona comprou um skate e desceu uma ladeira e a ladeira não comportou tamanha sede de viver, jogando Gona contra o chão e fazendo Gona amargar um triste fardo pro resto de sua vida: uma cicatriz em forma de pinto. Na testa. Gona teria que conviver com aquilo, mas não foi um problema, pois ninguém o impediria de prosseguir sua vida com a coragem no seu bolso. Mas aí Gona escorregou em um lugar liso e morreu.

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