quinta-feira, 14 de julho de 2005

Couvert


Estrago
Eu sou contra qualquer tipo de versão musical. Isso vale para qualquer sujeito descolado que toca ao vivo no barzinho "Chão de Giz", com seu violão preto da Eagle. Logo depois entoa um "Se", do Djavan. Pra completar o infeliz ainda toca a insuperável "Amor Perfeito", obra-prima que até Chiclete (com banana) canta. Já toquei tais músicas em churrascos, elas são fáceis, todo mundo sabe cantar, até o tiozão do churrasco arrisca uns agudos no refrão. Contudo, não ganho dinheiro quando toco nesses eventos, e sentiria vergonha se recebesse remuneração ao tocar "More Than Words". Sugadores de couvert vão queimar no inferno, junto com Sônia Abrão.
É muito triste quando uma pessoa gosta de determinada música e mal sabe que ela é apenas uma versão. Depois, quando ouve a verdadeira, diz: "credo, parece música de churrascaria". Vide "Romeo and Juliet", do Dire Straits, música linda. Um tal de Edwin McCain fez o favor de fazer um cocozinho nela: tirou o sax, o piano, a guitarra, tudo, e deixou só seu violãozinho suado tocar o que antes era uma maravilhosa combinação de instrumentos, regida pela voz inebriante de Mark Knopfler. Músicos famosos que fazem versão vão queimar no inferno, junto com sugadores de couvert e Sônia Abrão.
As metades da laranja
A música "Alma Gêmea", do Fábio Jr, é ruim, mas tem uma alma muito boa. Escorrega em alguns clichês como: "de repente você põe a mão por dentro/e arranca o mal pela raiz". Se algum outro compositor melhor tivesse sido iluminado com a idéia melódica dela, certamente a canção não seria repudiada como é. Já toquei essa música para uma moça e ela gostou, mais pela minha coragem de tocá-la sem pudor, do que pela qualidade da mesma.
Filmes
Indiscutível a qualidade do filme Os Deuses devem Estar Loucos (1980). Tocante.
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