domingo, 27 de fevereiro de 2005

Mínimas

EDUCAÇÃO e PERUCAS
A educação e a etiqueta são coisas que atrapalham muito os diálogos. É como se todos os convidados de uma festa tivessem que usar uma peruca rosa e volumosa sem a possibilidade de mostrar os respectivos cortes de cabelo. Aquela moça de cabelo de índia, preto como um céu de lua nova, teria que usar a tal peruca rosa, em vez de refletir em cada um de seus fios de cabelo um olhar invejoso de alguém. E assim como a peruca, a educação é sem graça. Gosto de xingamentos, de falta de educação. Aliás, a indiferença é o rabo da boa educação.
MULHERES e BARATAS
Gentileza é algo ultrapassado. Não se fecha mais a porta do carro para as mulheres, não se puxa mais a cadeira de um restaurante para elas sentarem com toda graça e charme. Deixar uma mulher passar à frente em uma fila pode chegar a ser um acinte. Para elas, a gentileza tem um caso com o machismo e o machismo é algo diabólico, corrosivo, parasita. As fêmeas, da mesma forma que têm medo de baratas, têm medo de machismo. Aliás, medo não, asco. Frente às baratas, elas são tão fugazes quanto as baratas. Frente aos homens, elas são tão vigorosas quanto diz ser o homem que as irrita. Combatem as baratas com chinelos e aerosol. Combatem o machismo com tapinhas. Dão aquele famoso tapinha no ombro ou no tórax masculino, enquanto franzem o cenho e disparam a frase de condenação: "seu machista!." Note: quanto mais forte for o tapa, mais machista é a mulher.

|