quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Entre outros, o machismo


Tanto se fala em desrespeitar os padrões, quebrar os tabus, buscando a liberdade total, brilhante, daquelas que você joga os braços pra cima, sai correndo, pulando, gritando, pelado, cantando músicas do Mr. Küiytkjuz só porque ninguém canta, usando piercing na amígdala porque ninguém usa, torcendo pra Ferroviária porque ninguém torce, ou então nem cantando, nem piercingzando, nem torcendo, só correndo, porque usar, torcer e cantar são ações que fazem parte dos tabus, tabus daqueles com cara de muro. Muro pixado, com rachaduras atravessadas por uma fila de formigas carregando pedacinhos de folha, muro que precisa ser destruído a machadadas violentas. Mas será que a busca por essa liberdade azulada toda grandona, que flutua sedutoramente em uma atmosfera paralela, não é um outro murinho pixado? Será que não é outro tabu essa coisa de "AGORA VOU QUEBRAR TODOS OS TABUS"? Harmonia é uma coisa inquestionável. As músicas do Mr. Küiytkjuz não são harmônicas.

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