segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Itália, Itália


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Existe um homem chamado Ennio Morricone, italiano, nasceu em Roma, compõe trilhas sonoras para filmes. Já tinha visto três filmes com a música dele: Cinema Paradiso (1988), The Legend of 1900 (1998) e Malena (2000). O primeiro é algo inexplicável, um dos melhores que já vi (talvez o melhor), a música dá sucessivos nós na garganta. O segundo, em que pese a música continuar sendo espetacular, mostra um enredo meio forçado, melodrama demais. O terceiro tem boas intenções, mas não me convenceu - só a Monica Bellucci foi capaz de mexer comigo, afinal, DEUS, que mulher é aquela?!
Até então eram três trilhas dele escutadas, todas acompanhadas de Giuseppe Tornatore, diretor italiano também. Assim sendo, decidi alugar um filme mais antigo, dirigido por outrem, mas com o toque musical de Morricone. Escolhi Once Upon A Time In The West (1968), faroeste, filme que enrolei uns dois anos pra pegar, de um diretor não menos italiano e não menos genial: Sergio Leone. Elenco de primeira linha, com Charles Bronson, Henry Fonda, Jason Robards e, abram alas, Claudia Cardinale. Enquanto percebia que estava vendo uma obra prima, tive duas surpresas. Primeira: Claudia Cardinale deixou Monica Bellucci no chinelo. Segunda: a trilha sonora bateu as três outras que já tinha ouvido. Cada personagem tem seu próprio tema, como em uma ópera. Em alguns momentos, a música acompanha sutilmente cada movimento dos atores, como no momento em que Robards apalpa a bunda de Cardinale e a canção cessa por breves dois segundos. Outro instante interessante: quando Fonda mata o filho que resta da família recém assassinada, nota-se que no momento exato do tiro, em meio a fumaça e ao estrondo da pólvora, entra o som estridente do trem que soma à cidade. É uma emenda de ruídos, não sei como é chamado isso tecnicamente, nem sei se é algo valorizado, se foi sem querer, só sei que eu achei genial.
Resumo da ópera (literalmente), o filme é maravilhoso. Só acho que sem Morricone, não seria. Sem a Claudia Cardinale então... aí esse texto nem estaria sendo escrito. E viva o Charles Bronson!

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